SER SAUDÁVEL NOS TEMPOS DE HOJE

Dr.ª Cristina Cunha – Nutricionista
Fonte: “O mundo da padaria”
A aceleração do quotidiano, o estilo de vida urbano e, sobretudo, as exigências decorrentes do trabalho levam muitas pessoas, a ter uma alimentação deficitária e desregrada. Cada vez mais comodistas e sedentários, estamos a ficar obesos, mais doentes e menos felizes.
Os estilos de vida emergentes são determinantes para o aparecimento de novos problemas de saúde, designadamente, da obesidade e, em particular, da obesidade infantil. A base do problema está na inadequação energética relativamente ao gasto. As pessoas tendem a optar por alimentos de elevada densidade calórica, frequentemente com muita e má gordura, a par com o nível de actividade física, que é bastante reduzido.
Um padrão alimentar saudável preconiza seis a sete refeições por dia, com intervalos de três horas, mas com o pouco tempo que têm, muitas pessoas saltam refeições. Algumas só comem uma refeição completa quando chegam a casa, ao jantar. De manhã, com pressa para deixar os filhos na escola, no infantário, e ir para o trabalho, é frequente saltarem o pequeno-almoço, o que é um erro muito grave. Outros tomam o pequeno-almoço pouco nutritivo, esta refeição deve ter três componentes: produtos lácteos, fruta e cereais ou derivados, nomeadamente pão ou cereais de pequeno-almoço ricos em fibras, com pouco sal e açúcar.
A entrada da mulher para o mercado do trabalho veio também introduzir mudanças alimentares pouco favoráveis á saúde. É indesmentível que, antigamente, a gestão da cozinha na escola, na confecção e disponibilidade dos alimentos era muito mais cuidada. As mulheres portuguesas já são das que mais trabalham na Europa e, em resultado disso, recorrem muito à comida pré-cozinhada.
Cada vez mais pessoas têm de comer fora de casa e a oferta em restaurantes, bares e refeitórios não é a melhor nem tão variada e com opções saudáveis como seria desejável. Abusa-se do sal, das gorduras e das quantidades que se servem. Além disso as pessoas fazem más escolhas. O hábito de comer sopa, que é uma das virtudes da dieta mediterrânica e portuguesa, está a perder-se. Nas máquinas de disponibilização que existem, por exemplo, nas escolas ou nas empresas, é preciso fazer algum esforço para encontrar um alimento saudável.
Além de constranger a adopção de hábitos alimentares saudáveis, o estilo de vida moderno dificulta também a prática de actividade física. Andar a pé para o trabalho ou para a escola é um hábito que tem vindo a desaparecer. Os passeios e a segurança nas ruas diminuem e o movimento de automóveis aumenta. Cerca de 60% dos portugueses não pratica qualquer actividade física, somos o povo mais inactivo da EU. Por oposição, 90% dos suecos atingem os níveis de actividade física desejados todos os dias.
A outra face desta moeda está patente no aumento da anorexia nervosa e de distúrbios do comportamento alimentar. A distância entre aquilo que eu sou e aquilo que eu gostaria de ser, do ponto de vista da silhueta corporal é cada vez maior e isto é dramático para o bem-estar das pessoas.
A resolução destes problemas terá de passar pela aceitação do facto de que não podemos se produtivos e competitivos se não estivermos bem nutridos e fisicamente activos. Não é por acaso que as grandes empresas promovem a actividade física e os hábitos alimentares dos seus funcionários, como parte integrante da organização do trabalho. *

O VALOR DA LARANJA
Descascar uma laranja, separar cada goto e saborear aquele sumo delicioso, um a um, a partir de agora ainda vai saber melhor. Porquê?
Por tomar conhecimento das vantagens que este fruto sumarento tem.
Cem gramas de laranja fornecem aproximadamente 60 mg de vitamina C, que é precisamente a quantidade mínima recomendada por dia.
Alexandra Bento, nutricionista e presidente da Associação Portuguesas dos Nutricionistas, destaca a característica que considera mais importante: “ É um fruto que ajuda a controlar os níveis de colesterol no sangue devido à acção da pectina, uma fibra solúvel” explica. No entanto, o excesso de laranja nos sumos, apesar de não ser prejudicial porque o organismo elimina através da urina o que há a mais, também não é vantajoso.
Outro aspecto importante prende-se com o mito de que “laranja de manhã é ouro, à tarde é prata e à noite mata”, Alexandra Bento passa a explicar: “Diria antes que à noite é bronze. Dizer que mata é afirmar que faz mal, o que não é verdade. A laranja acelera o metabolismo, um activador das funções vitais do organismo. Por isso, a melhor altura é de manhã. À noite é menos boa mas não quer dizer que faça mal”, desmistifica.
Este citrino é ainda rico em sais minerais, fibras, fonte de energia e protecção imunitária, bem como em betacaroteno que confere um alto nível de auxílio antioxidante. Este último “ajuda a reduzir os danos causados pela acção dos radicais livres, que são moléculas instáveis produzidas em maior quantidade devido aos raios ultravioletas”.

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